É o Orixá Senhor das contendas, deus da guerra.
Seu nome, traduzido para o português, significa luta, briga, batalha.
É a divindade da metalurgia, do ferro, aço e outros metais fortes.
Ogun é a força incontrolável e dominadora, do movimento, do choque.
Patriarca dos exércitos, dono das armas.
Ogum é o poder do sangue que corre nas veias. Orixá da manutenção da vida.
Como Exu, Ogum está presente no calor, na ira, no ódio, na cólera. Está presente nas batalhas, brigas, empurrões, na vontade de exterminar. É um Orixá, uma força da Natureza que se faz presente nos momentos de impacto e nos momentos fortes.
O encantamento de Ogun, aquilo que gera sua presença, se faz, como disse antes, nos momentos de impacto, tais como o choque entre dois objetos de metal; uma colisão no ar, no mar e na terra; no estrondo de algo pesado caindo ao chão. Seu encanto está na explosão, no derramamento do ferro fundido.
No dia a dia vamos encontrar esta força denominada Ogun nos estaleiros, nas oficinas de lanternagem, nos ferreiros, nos quartéis, no disparo de uma arma, no ato de se afiar uma lâmina, no trabalho com um serrote, no choque do martelo fincando um prego na parede, no despertar de um relógio, num grito de raiva na dor aguda.
A faca que penetra na carne, a bala que fura a carne, faz o encantamento da força da Natureza, Ogun. É o orixá do impacto, da detonação. O sangue que corre em nosso
corpo é um fenômeno regido por Ogun. A vida mantida acesa num ser, é regida por Ogun, Orixá da defesa e da guerra, ele pode até evitar uma briga, mas gosta de lutar e é imbatível.
Ogun também é a viagem, a estada longe, os veículos. Ogun é a jornada, a empreitada, a luta do dia a dia.. É a estrada de ferro, o impacto do trem nos trilhos. Ele é o próprio trem... ele é o próprio trilho.
Considerando como um Orixá impiedoso e cruel, ele pode até passar essa imagem, mas sabe ser dócil e amável. No candomblé é o grande general, marechal e todas as lutas, o grande guardião, pai rígido e severo, mas apaixonado e compreensível.
Ogun é franqueza, a decisão, a convicção, a certeza, o fato consumado, as vias de fato. Ogun é o empilhamento de metais, a bateria que gera a energia, a pilha; é a própria energia, vibrante, incontrolável, devastador, Ogun é a vida em sua plenitude.
Ogun também está presente nas construções, nas edificações, no cimento que vai unir tijolos e construir casas. Ogun é a muralha, o obstáculo difícil de ser vencido. É o amianto, o aço, o ferro, a bauxita, o manganês, o carvão mineral, a prata, o ouro maciço, o diamante em estado bruto.Ele é também a lapidação, o aparelho cirúrgico, o aparelho dentário, o próprio dente. É o ato de cortar, morder, devorar, sem piedade e com a negritude da fome. Ogun também é o zinco, o cobre, o alumínio, o parafuso, o prego, a mola, a viga, a estrutura, o concreto, a dureza, a firmeza.
Ogun é filho de Iemanjá e irmão mais velho de Exu e Oxossi. Por este ultimo nutre um enorme sentimento, um amor de irmão verdadeiro e poderoso, capaz de matar e aniquilar quem puser em risco a tranqüilidade de seu mano Oxossi. Há quem diga, até, que Ogun zela mais pelos filhos de Oxossi que pelos seus próprios, tal é o sentimento que ele tem pelo irmão.
Ogum era um caçador, tranqüilo, calmo, pacato. Bom filho, bom irmão, atencioso e trabalhador. Era ele quem provia sua casa e família, pois Exu gostava de viajar pelo mundo. Oxossi, ao contrario, era mais descansado e contemplativo. Como irmão mais velho, então Ogun cuidava da caça, dos concertos, etc. Mas, dentro de seu coração, existia um enorme desejo em “ganha o mundo”, como seu irmão Exu.
Num belo dia, ao voltar de uma exaustiva caçada, Ogun viu sua casa e família ameaçada por guerreiros de terras distantes. Ao ver a casa em chamas e seus entes queridos clamando por socorro, Ogun tomou-se de ira e, sozinho, cheio de ódio, arrasou com os agressores, não deixando um só de pé.
Daí por diante Ogun iniciou Oxossi na arte das caça; mostrou-lhe os caminhos e trilhas da floresta e lhe disse:
- Sempre que estiveres em perigo pense no seu irmão. Onde eu estiver voltarei para defendê-lo.
Aproximou-se de Iemanjá e se despediu:
- Mãe, preciso ir. Preciso vencer e conquistar. Está no meu sangue, essa é a minha vontade.
Desta forma, Ogun partiu e tornou-se o maior guerreiro do mundo. Mesmo sem exercito, vencia todos os exércitos, conquistando tudo aquilo que queria. Ogun se tornou a vitória, a força da conquista.
Esse Orixá, de temperamento explosivo e coração quente, é a força da Natureza talvez mas temida e respeita. Ogun é o gás, a explosão, a guerra, o choque de dois carros, o ferro retorcido, a luta entre os homens e os animais. Ogun é a valentia, a bravura, a coragem, a estocada, a largada, a chegada vitoriosa.
Ogun também é o ciúme, o desabafo, a disputa. Senhor dos metais e incapaz de ser derrotado.
O elemento de Ogun é a terra, e dependendo das qualidades , ou sejam sua fundamentação, carrega também os elementos água e ar.
Quando você sentir seu pulso, seu coração batendo, tenha certeza, Ogun está presente. Quando sentir que seu sangue corre nas veias, pense com convicção. Ogun está presente. Enquanto sentir que existe vida dentro de si, saiba, Ogun a está mantendo e abençoando.
SÂO JORGE GUERREIRO:
No dia 23 de abril, devotos do mundo inteiro comemoram o dia de São Jorge. Padroeiro de Portugal, da Inglaterra e da Catalunha, São Jorge também é protetor dos soldados, militares, ferramenteiros e ferroviários.
A devoção e o conhecimento a São Jorge cresceram no Brasil pelos escravos, que, proibidos de adorar seus ídolos "pagãos", passaram então a fazer seus pedidos, cultos e rituais fora das igrejas, associando a imagem de São Jorge, trazido pelo Catolicismo português, aos orixás guerreiros do culto-afro. Por esse motivo é que São Jorge guerreiro possui diversas representações nas religiões afro-brasileiras; na Bahia é associado ao orixá Oxóssi, e no Rio de Janeiro, São Paulo e outros estados do norte e nordeste ao orixá Ogum.
Filho de pais cristãos, Jorge nasceu na antiga Capadócia, região que atualmente pertence à Turquia. Mudou-se para a Palestina, com sua mãe, logo após a morte de seu pai.
Entrou para o exército romano, se tornando capitão, e, por sua dedicação e habilidade, o imperador lhe conferiu o título de conde.
Com 23 anos de idade passou a residir na corte imperial de Roma, exercendo altas funções.
Recebeu o honroso título de 'Grande Mártir', no Oriente, onde era venerado desde o século IV.
O guerreiro, originário da Capadócia, converteu-se ao Cristianismo exercendo a função de capitão do Império Romano, ao tempo em que o imperador Diocleciano tinha planos de matar os cristãos.
Fiel a Jesus Cristo, Jorge demonstrou-se espantado com aquela decisão e afirmou que era servo do redentor Jesus Cristo e que nele estava a 'verdade'.
Mantendo-se fiel a Jesus, o imperador tentou fazê-lo desistir de vários modos, e, não tendo êxito em suas tentativas, mandou degolar o jovem cristão no dia 23 de abril de 303.
Os restos mortais de São Jorge foram transportados para Lídia (antiga Despoles), onde foi sepultado e onde o imperador cristão, Constantino, mandou erguer suntuoso oratório aberto aos fiéis.
Seu culto se espalhou imediatamente por todo o oriente.
Venerado desde o século IV, sua popularidade e fiéis foram crescendo que, chegando no século V, já havia cinco igrejas em Constantinopla, dedicadas a ele.
No Egito foram mais quatro igrejas e quarenta conventos dedicados ao mártir.
Na Itália era padroeiro da cidade de Gênova, e, no Ocidente, na idade média, as cruzadas colocaram São Jorge à frente de suas milícias, como patrono da Cavalaria.
Durante a primeira guerra mundial (1914-1918), muitas medalhas de São Jorge foram cunhadas e oferecidas aos enfermeiros, militares e as irmãs de caridade que se sacrificaram ao tomar conta dos feridos da guerra.
As artes também divulgaram, amplamente, a imagem do santo. Em Paris, no museu do Louvre, há um quadro famoso de Rafael (1483-1520), intitulado “São Jorge vencedor do Dragão”.
Na Itália existem diversos quadros célebres como o de autoria de Donatello (1386-1466).
"A imagem atual é fruto de uma lenda e isso não quer dizer, no entanto, que ele não existiu e que o martírio dele não foi significativo"-, diz o monsenhor Arnaldo Beltrani, vigário episcopal de comunicação da Arquidiocese de São Paulo.
Há uma grande variedade de histórias relacionadas a São Jorge.
O relato e a imagem, por todos conhecidos, do cavaleiro que luta contra o dragão, começaram a ser difundidos na Idade Média e são muito usados para provar que o santo não teria passado de um mito.
A versão mais corrente dá conta de que um horrível dragão saía de vez em quando das profundezas de um lago e atirava fogo contra os muros de uma longínqua cidade do Oriente, trazendo morte com seu mortífero hálito. Para não destruir toda a cidade, o dragão exigia, regularmente, que lhe entregassem jovens mulheres para serem devoradas.
Um dia coube à filha do rei ser oferecida, em comida, ao monstro e o rei, que nada poderia fazer para evitar o destino horrível de sua filha, acompanhou-a com lágrimas até as margens do lago, quando de repente apareceu um soldado montado em um cavalo branco e, destemidamente, enfrentou as labaredas que saíam da boca do dragão e as venenosas nuvens de fumaça de enxofre que eram expelidas pelas narinas daquele monstro. Com sua espada de ouro e sua lança de aço, São Jorge venceu o terrível dragão.
O grande guerreiro assegurou ao povo que tinha vindo em nome de Cristo para vencer o dragão e que eles deviam converter-se e serem batizados.
A relação entre o santo e a Lua viria de uma lenda antiga que acabou virando crença para muitos.
Diz a tradição que as manchas, apresentadas pela Lua, representam o milagroso Santo e sua espada para defender aqueles que buscam sua ajuda.
Embora muitos não acreditem em suas histórias e outros acreditem que o santo tenha sido cassado pela Igreja Católica, o martírio de São Jorge e o seu culto continuam sendo reconhecidos pelo Catolicismo.
O dia de São Jorge tornou-se opcional com a reforma do calendário litúrgico, realizado pelo papa Paulo VI, em maio de 1969.
São Jorge tem forte representação na Umbanda e no Candomblé
No Candomblé e na Umbanda, ele é o desbravador de todos os caminhos e senhor do ferro e do aço. Protege os agricultores, os soldados, os artesãos e seus filhos e a todas as pessoas que pedem a sua ajuda nas lutas, na justiça ou até mesmo por melhores condições de vida. Orixá do elemento terra, Ogum é pleno de energia e empreendedor e suas decisões são rápidas, ama a liberdade, mas é a sua falta de paciência que faz com que, às vezes, se torne rude, embora não deixe de ter calor humano.
Filho do orixás Yemanjá e Oxalá, governa e rege sobre as guerras, batalhas, dificuldades, demandas, disputas e desentendimentos.
SUAS REGÊNCIAS:
Nome: Ogum
Origem: Nigéria
Elemento: Terra
Suporte: Ferro
Domínio; Caminhos e progresso
Cores: Azul escuro e verde no Candomblé e vermelho na Umbanda
Saudação: Ogunhê
Oferendas: Feijão preto, inhame e cerveja branca
Flor: Cravo branco
Frutas: Manga espada e goiaba
Minério: Ferro
Pedras: Topázio azul e lápis-lazúli
Números: 2, 7, 14 e 21
Dia da semana: Terça-feira
Meses do ano: Abril e junho
Sincretismo: São Jorge e Santo Antônio
Lua: Nova
Folhas: Mariwô: folha de palmeira; peregum: nativo; Odun-dun: folha da costa (saião)
QUALIDADES NO CANDOMBLÉ:
Ogum Onirê
Ogum Já
Ogum Megê
Ogum Onibòde
Ogum Biim
Ogum Wari
etc.
QUALIDADES NA UMBANDA :
Ogum Beira-mar
Ogum Sete Ondas
Ogum Megê
Ogum Yara
Ogum Rompe Mato
Ogum Dile
etc.
CANTIGAS NO CANDOMBLÉ...
Euá xirê ogun ô
Erô jô Jô
Euá xirê ogun ô
Erô jô Jô
Eru jê jê
Ê ogún ajo
Ê mariô
Acorê ajo
Ê mariô
Uuà lê pá
Lê panan
Ogun ajo
Ê mariô E atum nhé nhé
CANTIGAS NA UMBANDA...
Eu tenho sete espadas pra me defender
Eu tenho sete espadas pra me defender
Eu tenho Ogum em minha companhia
Ogum é meu pai
Ogum é meu guia
Ogum vai baixar
Na fé de Zambi
E da Virgem Maria
Se a sua espada brilha no raiar do dia
Seu Beira-mar é filho da Virgem Maria
Seu Beira-Mar, beirando areia,
Seu Beira-Mar é filho da mamãe sereia
Banho na energia de Ogum para abrir caminhos:
7 espadas de São Jorge
7 lanças de São Jorge
7 folhas de saião
Ferva todas as ervas, por aproximadamente 5 minutos, em dois litros de água. Banhe-se do pescoço para baixo em um terça-feira de Lua Nova.
Comida de Ogum:
1 inhame
azeite de dendê
1 alguidar pequeno
Asse o inhame inteiro, abra-o ao meio em comprimento, coloque-o no alguidar e regue com dendê as duas partes; ofereça a Ogum em uma estrada junto de sete moedas correntes.
Ebó do Ogum:
1 alguidar de barro
2 acaçás brancos
2 ovos
2 moedas correntes
2 pãezinhos franceses
1 punhado de canjica branca cozida
Passar no corpo na seqüência acima, coloque tudo no alguidar, e leve a um morro bem alto e ofereça a Ogum Onirê. Acenda duas velas brancas ao lado do Ebó.
(Pai Nené dÓgum
Fonte: Revista Orixás, Candomblé e Umbanda – Ano I – N° 03)
Jorge da Capadócia:
Musica/poesia/oração de dominio publico
Gravada por Jorge Ben Jor / Caetano Veloso / Racionais MC / Fernanda Abreu
Jorge sentou praça na cavalaria
E eu estou feliz porque eu também sou da sua companhia
Eu estou vestido com as roupas e as armas de Jorge
Para que meus inimigos tenham pés...
e não me alcancem!
Para que meus inimigos tenham mãos...
não me peguem, não me toquem!
Para que meus inimigos tenham olhos...
e não me vejam!
E nem mesmo um pensamento eles possam ter...
para me fazerem mal!
Armas de fogo...
Meu corpo não alcançarão!
Facas, lanças se quebrem...
Sem o meu corpo tocar!
Cordas, correntes se arrebentem...
Sem o meu corpo amarrar!
Pois eu estou vestido...
Com as roupas e as armas de Jorge ! ! !
Jorge é de Capadócia...
Salve Jorge!
Jorge é de Capadócia...
Salve Jorge!
Salve Jorge!
Salve Jorge!
23 de abr. de 2009
Ogum...
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