Quando a sombra te envolver, em cárcere de angústia,
E entregas-te à oração, ante os golpes da vida,
Perguntas, muita vez, alma querida,
Onde a luz que te venha libertar...
Do que tenho a rever em meus testes no mundo,
Posso apenas dizer-te às horas de agonia
As mesmas sugestões que a prece me trazia:
– Esperar, esperar...
Espíritos na Terra, herdando de nós mesmos,
Temos, quase nós todos, as raízes
De débitos e tramas infelizes
Que assumimos outrora, sem pensar...
Nos instantes de Hoje, o Tempo nos revisa
E clamando ao colher de nossa plantação,
Eis que o Mundo nos pede ao coração:
– Esperar, esperar...
Não te lastimes, pois... Todos os seres,
Do abismo aos céus, do mineral ao homem,
Sem correções e lágrimas que os domem,
Nunca se arredariam de lugar;
Não há lição sem preço no caminho,
Toda ascensão exige esforço e luta,
Por isso, a Vida fala e a própria Vida escuta:
– Esperar, esperar...
A semente no chão aguarda a flor e a flor reclama o fruto,
A noite espera o Sol retomar o horizonte,
O deserto suplica o bálsamo da fonte,
A fonte busca o rio e o rio pede o mar;
A gradação, porém, tudo acompanha e rege,
Na voragem do Tempo, a Justiça se esconde
E, ao tumulto da pressa, a lógica responde:
– Esperar, esperar...
Assim também, alma fraterna e boa,
Aceita a prova justa, aguarda e pensa,
Deixa que, um dia, a dor te elucide e convença
A esquecer-te no Bem e a servir por amar,
Então compreenderás nas forças do Universo
Que o próprio Deus na Lei, que ele Mesmo
[estrutura,
Diz, no imo do ser, em cada criatura:
– Esperar, esperar...
(Maria Dolores
Psicografia de Francisco Cândido Xavier.)
12 de set. de 2011
LEI DE DEUS!...
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