
A Palavra SIMONIA, que se refere à venda e compra de coisas consagradas, tais como ordens religiosas, cargos eclesiásticos, sacramentos, promoções, etc. Tal ato abusivo, muitas vezes vem a por em xeque a autoridade da Igreja Católica no que se diz respeito ao controle de suas funções e cargos determinantemente estabelecidos.
Contudo, o que poucos possivelmente sabem, é que este termo vem de um nome próprio, de um personagem histórico (embora pouco se saiba de certo sobre ele) e cuja menção também se encontra no Novo Testamento, mas precisamente em “Atos dos Apóstolos”, 8, 9-24, e também, nos escritos apócrifos, sobretudo em “Atos de Pedro”.
Seu nome era Simão, grande mágico de Samaria. O Cristianismo traça um perfil desse obscuro personagem, como um falso cristão, que segundo a crença, ele mesmo teria se convertido para apenas obter vantagens, um ambicioso que queria obter os poderes de Deus. Vale retratar aqui, de acordo com Atos, 8-8-24, o que se passou entre ele e Simão Ben-Jonas, ou Simão Pedro, ou se preferir, São Pedro mesmo:

Atos 8- Ao quais todos atendiam, desde o menor até ao maior, dizendo: Este é a grande virtude de Deus.
Atos 8:E atendiam-no, porque já desde muito tempo os havia iludido com artes mágicas. Atos 8Mas, como cressem em Filipe, que lhes pregava acerca do reino de Deus, e do nome de Jesus Cristo, se batizavam, tanto homens como mulheres.
Atos 8 E creu até o próprio Simão; e, sendo batizado, ficou de contínuo com Filipe; e, vendo os sinais e as grandes maravilhas que se faziam, estava atônito.
Atos 8:Os apóstolos, pois, que estavam em Jerusalém, ouvindo que Samaria recebera a palavra de Deus, enviaram para lá Pedro e João.
Atos 8:Os quais, tendo descido, oraram por eles para que recebessem o Espírito Santo Atos 8: (Porque sobre nenhum deles tinha ainda descido; mas somente eram batizados em nome do Senhor Jesus). Atos 8Então lhes impuseram as mãos, e receberam o Espírito Santo.
Atos 8:E Simão, vendo que pela imposição das mãos dos apóstolos era dado o Espírito Santo, lhes ofereceu dinheiro, Atos 8- Dizendo: Dai-me também a mim esse poder, para que aquele sobre quem eu puser as mãos receba o Espírito Santo. Atos 8:Mas disse-lhe Pedro: O teu dinheiro seja contigo para perdição, pois cuidaste que o dom de Deus se alcança por dinheiro.
Atos 8 Tu não tens parte nem sorte nesta palavra, porque o teu coração não é reto diante de Deus.
Atos 8: Arrepende-te, pois, dessa tua iniqüidade, e ora a Deus, para que porventura te seja perdoado o pensamento do teu coração;
Atos 8:
Pois vejo que estás em fel de amargura, e em laço de iniqüidade.
Atos 8: Respondendo, porém, Simão, disse: Orai vós por mim ao Senhor, para que nada do que dissestes venha sobre mim.
Atos 8:Tendo eles, pois, testificado e falado a palavra do Senhor, voltaram para Jerusalém e em muitas aldeias dos samaritanos anunciaram o evangelho.
Os Gnósticos vêem Simão como um “rival” de Jesus, e teria ele fundado uma seita que se proclamava representante absoluta da gnose, juntamente com sua companheira Helena, uma famosa cortesã conhecida pelos legionários romanos. O que se sabe com certeza deste homem, é que ele acreditava na Reencarnação, e que o elemento fogo é a raiz de todas as coisas, e esta é a origem da alma. Em suas peregrinações, Simão pregava que o conhecimento era a única chave para a ascensão aos céus.
Vai ver que foi por isso que ele se deu mal, como veremos mais adiante.
DANTE, em sua “Divina Comédia, traça este seguinte perfil de Simão, o Mago:
Canto XIX
Vala dos Simoníacos
Ó Simão o Mago, e todos aqueles que te seguiram, profanando e vendendo as coisas de Deus pelo preço de ouro e prata! Em vossa homenagem devo soar a trombeta, pois é aqui, nesta terceira Vala onde estais!
Já estávamos no meio da ponte sobre a terceira Vala. De lá eu vi nas encostas e nos fundos da pedra gelada redondos furos escavados de igual tamanho. Da boca dos furos pendiam os pés de um penitente, cujo corpo estava enterrado nos buracos com a cabeça para baixo. Nas plantas dos pés ardiam chamas, que escorriam por seus calcanhares. Os sofredores, desesperados, agitavam seus pés freneticamente, na vã esperança de livrarem-se das dores causadas pelas chamas.
Mestre - perguntei -, quem é aquele que se debate mais que os outros, e que é torturado por uma chama mais vermelha?
- Se quiseres - respondeu - eu te levarei até ele, e lá poderás perguntar quem ele é e de onde veio.
Concordei e ele me ajudou na descida difícil, me segurando enquanto passávamos pelas beiras esburacadas. Só quando eu estava diante do pecador foi que ele me soltou.
Ó Simão o Mago, ó míseros sequazes.
Por quem de Deus os dons só prometidos
A virtude, em rapinas contumazes,
Por ouro e prata estão prostituídos!
Por vós tange ora a tuba sonorosa:
Jazeis na tércia cavam subvertidos.
À outra tumba chegamos temerosas,
Da rocha nos subindo àquela parte,
Que, a prumo ao centro, eleva-se alterosa.
Saber supremo! Que inefável arte
Mostras no céu, na terra e infernal mundo!
Oh! Teu poder quão justo se reparte!
Diz Simão o Mago o seguinte:
“O Pai era Uno; porque contendo em si mesmo o pensamento, estava só”. Sem embargo, não era o primeiro, ainda que fossei preexistente; senão que manifestando-se a si mesmo de si mesmo, chegou a ser o segundo (ou dual). Não foi chamado Pai até que o pensamento lhe deu este nome. Portanto, desenvolvendo-se de si mesmo, manifestou-se de si mesmo seu próprio pensamento, e assim também o pensamento manifestado não se atualizou senão que viu ao Pai oculto nele, isto é, à potência oculta em si mesma. E a potência (dunamis) e o pensamento (epinila) são masculino-feminino, porém ao corresponder-se reciprocamente (porque a potência de modo algum difere do pensamento), são um só. Assim, nas coisas de cima está a potencia, e nas de baixo o pensamento. Ocorre, portanto, que se bem é uno o manifestado por ambos, aparece duplo, pois o andrógino leva em si o mesmo elemento feminino.
Assim, a Mente e o pensamento são inseparáveis um do outro por serem uno, ainda que apareçam em dualidade. (Pág. 190. Apotamento dois: A Doutrina Secreta, HPB, Sexto Volume.).

PALAVRAS DE RENOMADOS ALQUIMISTAS:
Simão o Mago conheceu, pois, a fundo a Alquimia Sexual e o Grande Arcano.
Porém, caiu na Magia Negra porque ficou locando para o passado, e não quis aceitar o cristianismo.
Porém, caiu na Magia Negra porque ficou locando para o passado, e não quis aceitar o cristianismo.
A mente é, pois, o animal mais perigoso do Alquimista.
Se Simão o Mago tivesse dominado a mente com o Látego da Voluntad não teria caído no abismo. O Alquimista que se deixa levar pelos raciocínios da Soberba da Mente fracassa na Grande Obra e cai no Abismo.
O Alquimista deve ser muito humilde ante as Hierarquias Divinas para não fracassar na Grande Obra.
A Mente deve humilhar-se ante as Hierarquias Divinas.
A Mente deve voltar-se como uma criança humilde e simples.
Aa. Mente deve humilhar-se ante a Majestade do Íntimo.
É impossível subir ao Pai sem elaborar o Menino de Ouro da Alquimia Sexual.
Esse Menino de Ouro é o Eu Cristo.
A Mente deve voltar-se como uma criança humilde e simples.
Aa. Mente deve humilhar-se ante a Majestade do Íntimo.
É impossível subir ao Pai sem elaborar o Menino de Ouro da Alquimia Sexual.
Esse Menino de Ouro é o Eu Cristo.
Há que se formar ao Cristo em nós para subir ao Pai.
Em nosso trabalho com a Pedra Bendita se apresentam sutilíssimos perigos que o Alquimista deve conjurar valorosamente.
Em nosso trabalho com a Pedra Bendita se apresentam sutilíssimos perigos que o Alquimista deve conjurar valorosamente.
No Mundo Mental há magos negros que se parece com Adeptos da Fraternida Branca.
Esses magos negros têm sublimes presenças e deliciosa cultura Espiritual.
Quando esses magos falam, só falam de Amor, de Luz, da Verdade e da Justiça.
Parecem seres inefáveis, e só viemos a descobrir que são magos negros quando em tom muito fino e delicado nos aconselham então a ejaculação seminal.
Esses magos negros têm sublimes presenças e deliciosa cultura Espiritual.
Quando esses magos falam, só falam de Amor, de Luz, da Verdade e da Justiça.
Parecem seres inefáveis, e só viemos a descobrir que são magos negros quando em tom muito fino e delicado nos aconselham então a ejaculação seminal.

Se pouco de sua vida se sabe, sua morte então é um enigma.
No apócrifo “Atos de Pedro”, registra-se este evento. Teria Simão conseguido popularidade na corte de Nero, e convencido que poderia fazer tudo o que Jesus podia, tratou de dar uma demonstração a todos de seu poder. Ele queria subir aos céus. O certo que chegou Simão, vestido de um modo singular, ao lado de sua Helena, que parecia pálida e amedrontada. Logo, teria ele subido numa biga, e começou a urlar como que possesso:
- Sou eu quem te desafio, oh, Simão da Galiléia (referindo-se a São Pedro), pois eu sou o verdadeiro Cristo, eu que governo a natureza e faço ressurgir dos mortos.
Nero, impaciente, queria ansiosamente ver o poder deste mago, e exigiu que Simão fizesse logo o seu número.
Nisso, Pedro, que estava as ocultas, pedia aos demais companheiros que se encontravam também as ocultas entre o populacho que orassem para que Jesus sobrepujasse o poder de Simão e o confundisse. Este, já apavorado com os olhares turvos do Imperador Nero, estendeu o amplo manto, e fixando o índex sobre a cabeça dos abutres (sim, no lugar dos cavalos, a biga seria conduzida por abutres), ordenou:
-Espírito do Inferno, obedeça-me!
Uma chama vermelha envolveu o carro, e os dois abutres negros lentamente desprenderam o vôo para o alto, e a biga flamejante se levantou majestoso da terra.
Nero se entusiasmou, e a biga já estava acima do palácio do Imperador, e surpassava a estátua imperial e rumava, dardejando raios, para o Aventino. Contudo, tanto a biga e os abutres desapareceram, e um corpo negro, carbonizado, se precipita, e renteia a gigantesca estátua neroniana, e com um baque horrível, cai a três passos do trono imperial.
Pedro, com uma atitude aparentemente não muito cristã, diz: “Graças a ti, oh Cristo”.
Helena soltou um grito e correu em direção ao corpo de Simão. Tão logo ela o tocou, ela caiu sem vida.
No fim, parece que sua "subida para o alto" foi caro demais para ele.
O que se pode afirmar de concreto é que Simão tornou-se figura controversa da literatura antiga e medieval e da propaganda cristã. Uma síntese do que foi dito a seu respeito está contida no livro Apologia (c. 150) de São Justino, o Mártir. Através dele ficamos sabendo que Simão dizia-se "manifestação do Deus Supremo" - o que é repetido por seu sucessor Menandro (o gnóstico) - e que sua esposa Helena seria a primeira concepção de sua mente, da qual anjos e poderes foram gerados.
Descobrimos também que o sistema filosófico de Simão parecia baseada numa Cosmogonia sírio-fenícia e compreendia uma elaborada angeologia e astrologia São Justino menciona ainda a existência de um altar consagrado a Simão na Ilha do Tibre, que de fato foi reencontrado em 1574.
Por Paulo Néry
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