“Ensina seus filhos a respeitar a Terra onde pisam, pois ela está plena das cinzas de nossos Ancestrais”. Com estas palavras, meu pai, resumia o culto à ancestralidade de nossa Nação. Nas terras do Kakongo , muito antes da chegada dos europeus, já existia o culto, a adoração e a manifestação dos Ancestrais. Responsáveis pela guarda, tanto das pessoas quanto de toda a aldeia. Quando relegados a segundo plano, tratados com desleixo ou negligenciados, podem atingir de forma danosa as estruturas social, econômica e da saúde dos indivíduos ou de toda a coletividade. Ao contrário, quando zelados com o devido respeito, considerados com carinho e amor, servem de conselheiros, mestres, condutores e guardiões das aldeias. Ao chegarem no Brasil, os bantu encontraram os indígenas, que cultuam também os Ancestrais com, levando em conta as diferenças culturais, a mesma religiosidade. Enquanto os brasileiros elevavam, entalhando e enfeitando, troncos de árvores aos seus antepassados, os bantu erigiam totens de madeira identificando- os com aqueles que partiam para o mundo espiritual, fazendo ambos, oferendas, festas e alimentos aos mortos. O respeito à ancestralidade que traziam em sua bagagem filosófica era tão grande que os bantu incluíram no seu panteão de ancestralidade os Ancestrais Míticos, da terra, os índios que foram designados de Caboclos surgindo, então, o Candomblé de Caboclo ou a Angola de Caboclo. “Esta homenagem que estou prestando, é ao Preto-Velho, ao negro bantu. Eles vieram de um país distante, trazer maculelê, capoeira e Santo”. Nossos Ancestrais já acreditavam, também, na reencarnação e usavam o simbolismo da cruz séculos antes da chegada do europeu à África. Nos pontos principais do Sol, em sua trajetória no céu, Eles viam uma ligação com o movimento das almas na Terra. O oriente ligado ao nascimento do ser, o meio-dia à maturidade, o ocaso do Sol à morte e, à meia-noite, o momento no qual a alma já se encontrava nos “ Jardins de Ntambe ”, embalada por Mametu Zumbarandá . O Caboclo das Sete Encruzilhadas , em novembro de 1908, através de seu aparelho Zélio Fernandino de Moraes trouxe e apresentou à sociedade brasileira um culto aos Ancestrais que deu a denominação de Umbanda . A palavra mbanda (umbanda), em kimbundu, significa cura, medicina ou ainda, como banda significa alto, podemos traduzir como “vindos do alto”, seres elevados. Onde se manifestavam Ancestrais ex-escravos (Preto-Velho) e Caboclos. Usando os mesmos princípios da ritualística do Kakongo , o som (cantigas, tambores e palmas), e a dança levando à manifestação do Ancestral; os mesmos elementos mágicos, como o ponto riscado e as cores e, finalmente, os mesmos objetos como a pemba, as ervas, pedras e contas, tornou a miscigenação com a Umbanda um passo normal para aqueles que, cultuando os Ancestrais sem as condições de locais próprios, queriam tornar maior o contato com a ancestralidade, simplificando o acesso aos Bakulo. Uohoko Akuloetu! Uohoko! Salve nossos Ancestrais! Salve! • Akulo em kimbundu significa ancestral e Bakulo (plural) ancestrais. Para nossa nação Kakongo (que significa Congo menor), os Bakulo são os responsáveis pela transmissão, através das gerações, do conhecimento e tradições de nossa religião. Em todos os Kilombo (cidade/aldeia) os anciões são os conselheiros e os que tomam as decisões juntamente com o Rei ou chefe da aldeia, pois eles possuem a experiência de vida que, só aqueles que já viveram muito tempo, podem ter. A nossa Inzo uá Nzambi é dirigida pelos nossos Ancestrais. Somente na pseudocivilização ocidental os velhos são considerados inúteis, pois, sem resistência física e com a saúde já cansada, não podem agir como os jovens; se esquecendo que os problemas que a juventude enfrenta e enfrentará, os mais velhos já os ultrapassaram. Em nossa Casa cultuamos os Bakulo de quatro formas: • Nossos Ancestrais bantu : que cultuamos como nossos queridos Pretos Velhos , que saudamos com: É ouro minha almas!; Adorei as Almas!; É p'rás Almas!. Embora tenhamos a honra de receber a presença de Ancestrais de outras procedências. • Nossos Ancestrais míticos: nossos queridos Caboclos , (que saudamos com Okê Caboclo!), os Boiadeiros (que saudamos com Xetruê Boiadeiro!) e as Caboclas (que saudamos com Okê bambi okli, Caboclas!). • Os nossos Ancestrais familiares (Yombe) que partiram da vida material, mas permanecem conosco em energia nos enriquecendo com amor, proteção e carinho. • Kindende : As crianças espirituais. Nos dias 13 de maio (Lei Áurea – Libertação dos escravos) comemoramos os Pretos Velhos ; no dia 02 de julho cultuamos nossos Caboclos , Caboclas e Boiadeiros e em 02 de novembro (finados) saudamos nossos ancestrais familiares (Yombe) e no dia 27 de setembro as crianças.
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